Nós queríamos muito conhecer os vinhedos que dão origem aos vinhos Ayllu, que são os vinhos cultivados no deserto do Atacama, mas descobrimos que não tinha nenhuma vinícola chamada Ayllu, que na verdade são uma cooperativa, saiba mais no post: Vinhedos no deserto de Atacama: conheça os vinhos Ayllu.
A vinicola Santa Romina faz parte da cooperativa Ayllu, então decidimos visitar ela por conta própria, entramos em contato pelo WhatsApp e fizemos a reserva e o endereço procuramos no Google maps.
A vinícola fica em Toconao a uns 40km de San Pedro, nossa reserva era as 10 da manhã e chegamos uns 15min antes, quando chegamos no ponto onde diz o Google que é a entrada percebemos que o ponto estava errado porque não tinha nenhuma entrada, então virando à direita um pouco mais na frente tinha uma entrada, e entramos com o carro, descemos e não víamos ninguém por lugar nenhum, chamamos na porta e saiu um homem que descobrimos depois que era o dono, ele diz que era para esperar na área onde criam alguns animais (lhamas, patos, entre outros) enquanto chamava a guia.
Nossa guia foi a Monica e ela nos levou aos vinhedos, nos contou a historia de como os donos das terras em Toconao decidiram há uns 12 anos atrás entrar num projeto de vinhos em altura, o desafio era grande, cada vinícola que faz parte da cooperativa de vinhos Ayllu trabalha com tipos de uvas diferentes, a vinícola Santa Romina trabalha com 4 cepas a Petit Verdot, Chardonnay, Syrah e Malbec. Como a videira precisa de água e humidade para crescer e eles não tinham essas condições, então para terem sucesso precisariam de um trabalho heroico.
Por outro lado, a falta de humidade ajuda a não ter pragas que possam matar a videira, por isso não há roseiras ao redor, (se você já visitou alguma vinícola perto de Santiago você vai entender que usam roseiras para controle de pragas). Em lugar de roseiras eles ainda conservam árvores frutíferas, como laranjeiras e oliveiras que influenciam nos aromas e sabores dos vinhos, até mesmo o sal do deserto fica evidente nos vinhos, daí que dizemos o sabor do deserto em uma taça de vinho
Depois dos vinhedos fomos para a adega, para isso subimos no carro e fomos ao lugar que ela nos indicou dentro do mesmo povoado de Toconao. A adega diz Ayllu, a Monica explicou que ali chega tudo o que é recolhido pelas 18 vinhas, incluindo a vinha de Santa Romina, aqui não importa quanto cada uma traz, no final junta tudo para elaborar os vinhos.
Nesse ponto perguntamos: se tivéssemos feito o passeio pelo site de Ayllu, ou com alguma agência de turismo, onde teríamos ido? Ela diz que onde eles mesmos, porque embora a cooperativa Ayllu tenha 3 vinícolas aberta para visitação, apenas eles estão aceitando visita, e depois pesquisando pela internet,
percebi que tem razão, as agências no passeio para conhecer os vinhos Ayllu, levam na vinícola Santa Romina e a outras paradas como lagoa Chaxa, que incluem no seu pacote.
Depois de visitar a adega, voltamos na vinícola para fazer a degustação, queremos deixar claro que quando compramos, pensamos que ia ser degustação durante o passeio assim como é feito em muitas vinícolas, no final e para nossa surpresa a degustação era com sommelier e harmonização. Três vinhos, um branco com sabor salgado no final do paladar, algo que jamais tínhamos experimentado, outro vinho rosé com notas de laranja, e o ultimo tinto com forte cheiro a azeitona, ficamos tão impressionados que no final do tour ela nos deu para escolher uma garrafa e levar para casa o que sobrou, como todas estavam pela metade escolhemos o que mais gostamos. Voltamos felizes para casa. Pode comprar vinhos na própria vinícola já que vinhos Ayllu não são encontrados facilmente à venda.
Veja algumas curiosidades da vinícola Santa Romina:
Todo trabalho é artesanal, a forma como regam, cultivam, podam e limpam a terra é tudo feito à mão.
As folhas da videira são mais grossas que os vinhedos que crescem nos vales, isso por conta do sol que chega todo o dia.
Por se tratar de um terreno arenoso a irrigação deve ser por gotejamento, e cada tipo de uva precisam de litros diferentes de água para sobreviver.
O cultivo é à noite, sob a luz da lua. Durante o dia faz muito calor.
Quando a videira produz vários cachos, alguns deles são cortados, restando apenas 3 ou 4 para que a videira possa sobreviver e produzir boas uvas. O resto é reaproveitado como fertilizante.
Veja algumas dicas para conhecer a vinícola Santa Romina:
Entrada: O valor da entrada na vínicola Santa Romina que nós pagamos (pagamos ao chegar lá, com o dono e em dinheiro, pesos chilenos) foi de 35mil pesos por pessoa.
No site de Ayllu eles cobravam 45mil por pessoa, não inclui transporte.
O valor de algumas agência é de 70mil por pessoa, inclui transporte e outras paradas.
Altitude: A vinícola Santa Romina fica em Toconado a uns 2.500 metros, mesma altura que San Pedro de Atacama.
Temperatura: Dependendo da época do ano que for, o clima é fresco de manhã e quente pela tarde, com mínimas no inverno perto de zero e máximas no verão de 30°
Horários: Embora nos deram 2 opções de horarios as 10am e 5pm, talvez no site ou com a agência tenham outros horarios para visitar.
Recomendações: Leve água, protetor solar, boné e óculos porque o sol é quente. Se buscar no mapa o endereço saiba que a entrada não esta sinalizada como Santa Romina, mas sim como complejo turístico El toconar, e está a uns metros do ponto que indica Google.
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